Por Mariana Pajuelo
Há quem ache as sardas um charme na pele, outras se incomodam com a aparência. A sarda, tecnicamente, chama-se leucodermia gutata e é caracterizada por manchas claras, com tamanhos variando de 1 a 5 milímetros, que surgem com mais frequência nas pernas e braços e são popularmente conhecidas como “sardas brancas”. As lesões são decorrentes do dano provocado pelo sol ao longo da vida.
Durante muito tempo foi comum ouvir dos médicos que estas manchas não tinham tratamento, sendo recomendada apenas a proteção solar para evitar maior acúmulo de dano à pele, o que poderia estimular o surgimento de novas lesões.
A medicina evoluiu e novas técnicas de tratamento de lesões cutâneas foram sendo descobertas e utilizadas para as mais diversas finalidades. Uma delas, a criocirurgia com nitrogênio líquido, mostrou bons resultados no tratamento das sardas brancas.
O procedimento é realizado no consultório, sem necessidade de anestesia, pois a dor é discreta e cessa rapidamente. O médico aplica um fino jato de spray de nitrogênio líquido, que atinge apenas a mancha e por tempo muito curto. A área tratada sofre um congelamento imediato, que provoca uma “destruição” controlada da pele afetada. Durante cerca de 30 minutos persiste uma sensação semelhante à de uma leve queimadura ou de coceira. Não há necessidade de curativo.
Nos dias que se seguem, formam-se crostas finas e escuras sobre as áreas tratadas, que levam de 2 a 4 semanas para se soltarem. Quando as crostas caem, a pele que surge ainda se mostra mais clara do que a pele ao redor, dando a sensação de que o tratamento foi ineficaz. O que ocorre é que a pele nova, que substituiu a pele manchada, é mais clara que a pele ao redor, como uma cicatriz recente de ferida superficial. No entanto, aos poucos a repigmentação se inicia. É necessário expor a pele ao sol, antes das 10 ou após as 15 horas, para estimular a produção de melanina (pigmento que dá cor à pele). Fora destes horários, proteger a pele do sol.
Os resultados variam de acordo com cada caso, mas mesmo nos pacientes com boa resposta ao tratamento, a melhora surge de forma gradativa. No caso abaixo, que exemplifica um bom resultado, foram realizadas 2 sessões de criocirurgia, com intervalo de 6 meses entre cada uma. A segunda foto foi feita 18 meses após a primeira sessão de tratamento.
Observa-se que nem todas as manchas brancas sumiram e que, neste período, até surgiram algumas manchas escuras. No entanto, a melhora é nítida e, apesar da diferença da cor da pele, resultado de melhor proteção solar, percebe-se tratar-se da mesma pessoa pelos 3 pequenos pontos escuros alinhados no lado direito da perna.
Fonte: Dermatologia.Net